sábado, 27 de fevereiro de 2010

Avaliação da Pesquisa Piloto

A pesquisa piloto do projeto Conhecendo os Grupos Mediúnicos ainda está aberta a participação das pessoas responsáveis por algum grupo mediúnico. Nas três últimas semanas algumas pessoas foram convidadas a participar e apenas sete tiveram uma participação efetiva respondendo ao questionário da pesquisa. Ainda que seja um número pequeno de respostas parece suficiente para balisar a elaboração da pesquisa de campo a ser efetuada na cidade de São Carlos.

É interessante levantar algumas hipóteses para este baixo número de respostas para evitar que isto aconteça também na pesquisa de campo. Mas, antes de passar a elas, apresentaremos alguns dados sobre os convites para a participação na pesquisa piloto:

  1. Todos os convites foram feitos por email. Alguns deles, uns 15, feitos diretamente às pessoas e outros 2 feitos a listas de debates espíritas (que possuem centenas de pessoas).
  2. Das 7 participações na pesquisa, 4 delas tiveram sua origem em um convite direto e os outros 3, a partir do convite feito em lista de debate.
  3. Duas pessoas reportaram dificuldade com o instrumento da pesquisa (formulário eletrônico). Uma delas disse que não sabia se as respostas foram enviadas e a outra disse que não estava familiarizada com a tecnologia. No primeiro caso realmente houve um problema porque o botão "Enviar" no final do questionário só aparece se o usuário usar a barra lateral vertical do formulário e esta barra pode ficar "escondida" em telas com baixa resolução.
  4. Umas 3 pessoas manifestaram o desejo de participar, mas por algum motivo ainda não participaram. Mas, também não houve cobrança alguma. Por outro lado, uma das participações foi concretizada a partir do envio de um segundo email.

A partir destes dados podemos levantar a hipótese de que a forma de abordar as pessoas não foi a mais eficiente para uma maior participação na pesquisa. Também tivemos a percepção de que quanto mais direto for o convite maiores são as chances de uma participação efetiva. Ou seja, o convite deveria ser o mais individual possível e há a necessidade de acompanhamento, reconvidando ou perguntando se há alguma dificuldade para responder.

Aliás, esta dificuldade com o instrumento de coleta dos dados pode ter sido a principal causa para uma baixa participação. O problema com o botão "Enviar" partiu de alguém já experiente com a tecnologia. Outras pessoas podem ter tido dificuldades semelhantes, mas preferiram não enfrentá-las... de qualquer forma, isto é normal e compreensível.

Vamos agora a análise de alguns dados obtidos a partir das respostas dos 7 participantes. Uma das perguntas era "quanto tempo gastou para responder a pesquisa". As respostas variaram de 5 a 30 minutos sendo que a média foi de 20. É um tempo relativamente razoável considerando o estilo de vida "corrido" das pessoas atualmente.

A maioria dos participantes não manifestou dificuldade em responder as perguntas. Dos três que manifestaram dois deles ficaram em dúvida em relação ao "status ocupacional". Realmente, a pergunta não foi feliz pois é pouco específica e explicativa. Portanto, para a pesquisa de campo deve-se deixar as perguntas totalmente explicativas sem margem a dúvida.

Uma pessoa avaliou que algumas perguntas não se aplicavam para os grupos mediúnicos e uma delas seria a do número de mensagens transmitidas por cada espírito. Aparentemente, houve uma falha na apresentação dos objetivos e da finalidade do projeto. Talvez seja interessante oferecer um mínimo de explicação sobre o projeto antes de submeter o questionário ao participante. Como o questionário pode chegar até os participantes de diferentes formas então seria mais adequado que esta explicação fosse dada como parte do próprio questionário.

Entre as sugestões de perguntas que faltaram destacam-se dois tipos: subjetivas e objetivas. Entre as objetivas muitas delas serão incorporadas a pesquisa de campo como a quantidade de integrantes do grupo e a frequência média por reunião. Há outras que precisam de uma justificativa pra serem incorporadas como a que pergunta se o participante tem um blog. Ou seja, é preciso ter critério na formulação das perguntas para não comprometer a taxa de participação devido a um grande número de perguntas.

Do outro tipo, subjetivas, encontramos: como você conheceu o Espiritismo? qual o nível de estudo das obras pelo grupo? É até interessante avaliar as respostas a este tipo de perguntas pois revelam bem mais que simples questões objetivas. Porém, elas normalmente representam uma dificuldade para quem responde e isto poderia comprometer a taxa de participação. Por exemplo, a pergunta mais subjetiva desta pesquisa piloto é a relacionada a "ciência espírita". Todos os participantes responderam a esta pergunta e gastaram aproximadamente um parágrafo de 7 linhas. Talvez isto seja muito!

Por sua vez, a pergunta sobre o interesse em participar de uma rede de pesquisas espíritas foi respondida afirmativamente por todos sem necessidade de maiores explicações. Houve apenas uma exceção: o participante atrelou a sua participação a uma idéia clara da finalidade das pesquisas.

Portanto, a estratégia que pensamos em adotar é deixar o conjunto de perguntas do tipo subjetivas para uma futura segunda etapa com aqueles grupos que demonstrem um nível de interesse maior na participação do projeto.

Do restante das perguntas do questionário podemos levantar alguns dados que podem balisar a escolha das alternativas de um questionário mais objetivo. Por exemplo, na pergunta sobre o ano de fundação da casa espírita apenas dois participantes não souberam dizer exatamente o ano. E considerando que a pergunta na pesquisa de campo será direcionada a um responsável pela sua casa espírita então é provável que não terão dificuldades em responder com o ano exato. Por sua vez, a pergunta sobre a quantidade de títulos de sua biblioteca apenas um participante ofereceu o número exato; a maioria respondeu em termos aproximados. Então, neste caso, é conveniente estipular intervalos para serem selecionados (0 a 100, 100 a 200, ...).

Entre os tipos de reunião foram citadas: assistência, estudo, treinamento, desenvolvimento, cura, desobsessão. Para o número de mensagens por reunião foram citados valores de 0 a 16. Para a duração das reuniões responderam entre 50 minutos e 2 horas. Quanto ao ambiente responderam usando diferentes percepções de iluminação e ruído. Para este tipo de pergunta as alternativas deveriam refletir este níveis usando advérbios de intensidade como "muito" e "pouco".

Quanto ao registro das mensagens algumas respostas não foram nem totalmente positivas e nem totalmente negativas. Em alguns casos apenas algumas mensagens são armazenadas dependendo de diferentes critérios. Talvez seja suficiente perguntar se pelo menos algumas são armazenadas.

Em relação a identificação do grupo os participantes demonstraram ser mais específicos no dia e horário das reuniões do que com o nome do grupo. Na pergunta sobre a duração das reuniões dois participantes separaram-na em duas etapas: estudos e comunicação. Talvez seja interessante fazer esta divisão para ser possível calcular o tempo de obtenção de cada mensagem.

Ainda existem outras observações a se fazer, mas de alguma forma elas estarão refletidas nos questionários da pesquisa de campo que começarão a ser produzidos.